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O LUGAR QUE SE CONQUISTA NA HONRA, SE PERDE NA DESONRA


Deus rege o mundo por princípios, independente de nós estarmos ou não vivendo nessa rota. Se antigamente o poeta vivia o conflito do “ser ou não ser”, hoje a questão é TER, mesmo que não haja o SER.

Todo ser humano sente-se tentado nas áreas espiritual, terrena e individual. Todas as três com forte reflexo em nossa alma, e não saber “[...] como lidar com esta alma manipulada, que traz inquietudes, arranca sonos, tira a paz, traz transtornos e rouba a alegria” (Terra Nova: 2010, p. 22).

De tantas atitudes de desonra, quero salientar 03 que mudaram o rumo deste mundo: no céu, no Édem e em Israel. Nesses 03 casos vemos que a desonra causa a Perda da Presença Divina, no caso em particular de Lúcifer; a perda do território, no caso específico de Adão e Eva; e a perda da liberdade, com a conquista do povo hebreu por seus inimigos.

Muitas vezes pensamos em desistir no meio de uma provação. Certo teólogo já disse que “deserto abreviado, é deserto repetido”. Se desistimos no meio da caminhada, ao querermos voltar não iremos para o lugar que paramos, mas recomeçaremos do início. Certo dia perguntei a Deus por que tanto sofrimento? E Ele me inspirou a ler Isaias 53, 10. Se o Senhor agradou em moer o próprio Jesus que não teve pecado, porque não faria o mesmo conosco? É importante salientar que pela mesma mão que Jesus sofreu, o Senhor prometeu que Ele seria recompensado com prosperidade. Isso se cumpriu conforme Filipenses 2, 9 – 11.

Deus não se preocupa com nosso sofrimento. Ele não mudará seus princípios expostosem Sua Palavra por nossa causa. Jejuar, orar, ou fazer qualquer outra coisa não move o coração de Deus. Ao contrário, move o nosso em direção aos seus princípios. A partir daí a Palavra do Senhor se cumpre e prospera em nossas vidas.

Percebam que em 02 dos 03 casos os personagens perderam o direito de acesso ao território. Adão e Eva, e Lúcifer, foram expulsos dos seus territórios e nunca mais puderam ter direito a acessarem novamente. Quando desonramos, perdemos o direito àquilo que tínhamos conquistado.

Nos textos de Lucas 7, 36-39 e João 12, 1-7 encontramos três pessoas com atitudes distintas: enquanto uma prestava adoração ao Senhor, outra julgava e outra buscava a honra para si, desviando a adoração. Todas as vezes que alguém busca honrar a Jesus, aparecerá alguém que vá criticá-lo, e uma outra pessoa que dirá ter uma experiência igual, ou melhor, àquela tentando trazer a atenção para si. A alma que honra a Deus terá a prosperidade desatada em sua direção.

A adoração a Deus fere a Lúcifer. Ele era ministro de louvor, e sabe o poder que a música tem no mundo espiritual. Seu erro não foi querer ser maior que Deus, mas ser igual a Ele. Queria que a adoração que o Senhor recebia também fosse dada a ele, e não existe verdadeiro louvor em meio a desonra.

Conforme João 4, 24, Deus procura adoradores. Deus envia missionários, chama pastores e levanta apóstolos, Mestres e Profetas, mas só uma classe Ele realmente busca, porque sabe que é difícil achar.

Deus nos dá dons e talentos, e muitas vezes os enterramos. Conforme Terra Nova, “[...] quando não sabemos o que temos, podemos, até mesmo, possuir riquezas que estão bloqueadas e precisam ser reivindicadas” (2010, p. 61). Se não honramos a Deus com aquilo que temos de melhor, estaremos fadados a viver em cativeiros, físicos ou espirituais.

Li certa vez, mas não posso precisar onde, que quando pedimos a Deus aquilo que Ele não nos ofereceu, podemos perder até aquilo que Ele já nos deu. Muitas vezes queremos ocupar o lugar do outro por nos julgarmos superiores, ou por nos considerarmos ofendidos com suas ações. Enquanto não curarmos nossa alma, sempre encontraremos pessoas em nossa caminhada com esse perfil para nos moldar. Deus quer nos usar, mas temos que dar espaço para Ele agir em nossas vidas.

Devemos entender que não há pessoa insubstituível. Deus nos usa no Seu tempo, naquilo que Ele determinar. Muitas vezes, é necessário que alguém saia para que outro possa continuar o trabalho. Foi assim com João Batista e Jesus; amanhã pode ser eu ou você.

A forma como reagimos determinará o alcance da nossa conquista. Moisés conseguiu muitas vitórias com seu jeito manso; Davi foi um rei vitorioso devido seu coração quebrantado e adorador.

Por mais vitorioso que nós venhamos a ser, devemos lembrar que toda honra pertence a Deus. Nenhum homem por melhor que seja; por melhor que seja o líder, não substituirá o lugar de Deus. Se não nos atentarmos a isso corremos o risco de criarmos falsos deuses em nossas vidas, de levantarmos falsos altares de adoração.

Se perdermos o foco de Deus em nossas vidas, poderemos vender nossa unção por um prato de lentilhas, ou por qualquer 30 moedas de prata. A desonra que começa em nós alcança toda a nossa família. Segundo os historiadores, a mulher adúltera que foi pega em pecado era descendente de Caim; enquanto o rei Herodes, tanto o pai como o filho, descendiam de Esaú. A diferença entre eles é que a mulher se arrependeu e se prostrou aos pés de Jesus; enquanto os Herodes mataram gerações e morreram comidos por bicho. Muitas vezes não nos apercebemos que nossas decisões hoje influenciaram o futuro nosso e dos nossos parentes (Êxodo 20, 5).

Cristo, ao morrer na cruz, deu toda legalidade àqueles que o reconhecerem como seu Senhor e Salvador alcancem, se buscarem, a libertação de tudo que oprime sua alma. Por isso, só pagaremos pelo erros dos nossos antepassados se quisermos, mas a vontade d’Ele é que ao tomarmos conhecimento desses erros, os renunciemos para sermos libertos. Sem arrependimento ninguém chegará a Deus.

É interessante entendermos que não foram só Adão e Eva que perderam o Éden, mas também aqueles que estavam sob seus cuidados foram prejudicados, tendo também que sair. Até a Terra, por ser amaldiçoada, forçou o Paraíso a sair dela.

Nossa honra deve ser inegociável. As finanças, muitas vezes, nos fazem querer vender nossa unção. Não devemos nos aliar com ninguém buscando a desonra. Não existe um evangelho particular para as nossas pretensões. No Reino, toda a equipe tem que estar empenhada num mesmo propósito, que é cumprir os princípios divinos.

Não percamos o lugar que Deus nos deu. Andemos em espírito, pois se nossas almas nos dominar estaremos fadados à derrota e a desonra.

Bibliografia:

TERRA NOVA, René. A gênese da Honra. 1ª ed., Semente de Vida Brasil, SP, 2010. 222 p.

Bíblia de Estudo Vida. ARA. 2ª edição. 1999.

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