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UM LÍDER ENFERMO NÃO PODE GERAR CURA


Os tempos de hoje estão muito perigosos, sobretudo, no campo espiritual. Por isso, devemos estar em comunhão, sob a cobertura de pessoas fundamentadas na Palavra.

Muitas igrejas estão muito preocupadas com o sucesso que muitas vezes não tem a ver com a vontade do Espírito Santo.

A Bíblia ensina que existe um só batismo (Efésios 4, 5), mas existem vários enchimentos. Devemos nos encher diariamente do Espírito de Deus.

Nenhum líder tem o direito de estar no altar de Deus estando vazio do Espírito Santo. Nenhum ministro pode ser semelhante ao povo no nível da unção. É fundamental que o líder encha-se diariamente, santifique-se constantemente, pois ele é ungido de Deus para algo especial.

Jesus era e é Deus. Em Filipenses 2, 5-11, Paulo fala que Ele se esvaziou da forma divina. Ele era Deus, mas abriu mão desses requisitos e direitos. Ele passou por TODAS as provações que nós passamos, mas preferiu não pecar. Jesus disse: “Ninguém me convence de pecado” (João 8, 46). Muitos imaginam que Ele não pecou por ser Deus, mas na verdade foi porque decidiu não pecar. Percebamos, ainda, que a vitória do Senhor começou a ser escrita a partir do momento que Ele foi cheio do Espírito no Jordão. Sem essa capacitação Ele não passaria e venceria a prova do deserto.

Cristo sempre será nosso modelo. Assim como Ele precisou desse revestimento, os seus discípulos também foram orientados a isso (Lucas 24, 49), o que se cumpriu em Atos 2.

No entanto, mesmo sendo cheios do Espírito, temos que estar atentos para não darmos lugar à carne. O líder também é humano, e muitas vezes cai em sua própria vaidade. Citarei alguns casos de pessoas, que apesar de experiências com o Senhor, demonstraram ter sua alma ferida, e impossibilitados de curar a outros sem que antes curasse a si mesmo.

Em II Reis 2, 9 – 14, vemos que Eliseu recebeu a porção dobrada do Espírito de Elias.

Mesmo assim, ele não vigiou. Em todo o seu ministério ele fez muitos milagres, mas só executou um cura (II Reis 5). Justamente por causa desta cura, ele cometeu o seu segundo grande erro (ao meu ver). Vejamos:

O primeiro grande erro desse profeta cheio do Espírito de Deus foi, num momento de ira. Sem vigiar, mandou matar uma geração de possíveis futuros profetas (2 Reis 2, 23-24). Para alguém da sua estirpe, era possível uma solução melhor.

O segundo erro foi mais uma vez, levado por sua indignação, amaldiçoar seu servo e toda a sua geração (II Reis 5, 20 – 27). Imaginem a dor desse homem ao saber que por sua culpa TODOS os seus descendentes nasceriam leprosos, amaldiçoados, apartados do arraial? Como ele iria se explicar para sua família? Como deve ter sido ver seus filhos, netos, bisnetos... sob tal maldição? Somente Jesus foi capaz de interromper essa maldição, quando curou o último representante leproso da família de Geazi, justamente aquele que voltou para agradecer (Lucas 17, 11 – 19).

Na própria equipe de Jesus existia líder doente. Desta vez falaremos de Tomé.

Se formos analisar friamente o contexto pelo qual os discípulos estavam passando, não é de se estranhar e condenar a dúvida de Tomé. Nem o próprio Jesus o repreendeu, antes apenas o alertou para sua pouca fé (João 20, 24-29). Mas a questão que eu quero enfatizar aqui não é simplesmente sua dúvida, mas sua atitude.

Conforme Terra Nova (2010), a atitude de Tomé simbolizava o líder que desonra seu mentor buscando tocar em suas feridas. Quantos líderes em nossas igrejas estão mais preocupados em expor e cutucar a ferida de seu pastor?

Existe muita gente se dizendo capacitado por Deus para te ajudar nas suas necessidades, mas na verdade está querendo conhecer suas fraquezas para te expor ao ridículo. Façamos como a Sunamita em II Reis 4, a partir do verso 8. Ela não contou seu problema a qualquer um, mas apenas para o servo de Deus.

Não obstante, muitos líderes tem até a boa intenção de ajudar aos seus liderados. É uma pessoa solícita, temente ao Senhor, conhece bem a Palavra, mas a sua alma não está curada. Creio que a única coisa gratuita para nós é a salvação. A cura e a santificação é um processo que devemos nos esforçar para alcançar. Quando Jesus morreu naquela cruz, Ele abriu as portas celestiais para termos acesso a TODAS as bênçãos, mas se não tomarmos posse, nunca as alcançaremos. Não deixe nada impedir você de buscar a cura da sua alma.

Um líder cujas feridas ainda estão abertas não terá plena condição de auxiliar o próximo, porque todas as vezes que tocarem nas suas marcas ele irá sofrer, gemer, e talvez até desistir. Quando Jesus foi confrontado por Tomé Ele não temeu, porque as suas chagas já haviam sido saradas.

O altar é coisa séria. É lugar para gente sã e não doente. Um cego não pode guiar outro cego (Mateus 15, 14).

“Seja você um líder curado no espírito, na alma e no corpo.” (Terra Nova: 2010, p. 201).

Tomé precisou ser confrontado para ser curado. Hoje é pregado um evangelho de facilidades, mas a vida do crente tem que passar pelo deserto porque ali é escola de profeta. Passar não é morar! Deus corrige aquele que ama (Provérbios 3, 12).

Após aceitar a correção do Senhor, Tomé foi restaurado. Ele não precisava mais tocar nas feridas do Mestre. Sua alma foi alcançada pela voz de Jesus.

A honra é porta de acesso para a nossa prosperidade. Estou falando de ser próspero e não rico. Poucos ricos são prósperos, mas todo próspero tem uma riqueza que não tem preço. Tem gente tão pobre, mas tão pobre, que a única coisa que tem é dinheiro. Por isso concluo dizendo que a prosperidade será a nosso favor a partir do momento que formos libertos e curados.

Bibliografia:

TERRA NOVA, René. A gênese da Honra. 1ª ed., Semente de Vida Brasil, SP, 2010. 222 p.

Bíblia de Estudo Vida. ARA. 2ª edição. 1999.

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