PRINCÍPIOS BÍBLICOS
O que são Princípios Bíblicos?
Princípio vem da palavra grega ARKÉ, ARCHÉ, que significa “origem de tudo”.
Princípios Bíblicos são ensinamentos básicos, verdades eternas que estão na Palavra de Deus e devem ser aplicadas em todas as áreas da nossa vida. Elas treinam a nossa mente para que possamos discernir o bem do mal, o certo do errado. (Formando um líder de êxito, Semente de Vida, volume 1)
Tudo o que existe é regido por princípio. O mundo é estabelecido sob os Princípios Divinos. Desta forma, Deus não precisa “levantar-se” do Seu trono para castigar ou abençoar ninguém: quando somos obedientes, todas as coisas cooperam ao nosso favor (Rm. 8:28); quando somos desobedientes, pagamos o preço por nossas escolhas.
Quais são os Princípios Bíblicos?
Caráter;
Mordomia;
Semear e Colher;
Auto Governo;
Soberania;
Individualidade;
União, Aliança;
Honra.
Caráter
Desde o Éden, após o pecado, além da vida eterna o que o Ser Humano perdeu foi o caráter divino. Antes, tínhamos a plenitude do Espírito Santo; agora, somos frutos da semente corruptível (Gn. 5:3). A humanidade foi criada à imagem e semelhança de Deus. Lógico que não está se referindo aos aspectos físicos, haja vista que o Senhor é Espírito e disforme. Logo, essa semelhança é nos seus atributos, personalidade e caráter. Perdemos o caráter divino e nossa luta é reconquistá-lo (Ef. 4:13). Uma vez que a salvação é imediata e gratuita (para nós), recuperar a vida eterna não requer nosso esforço (Rm. 10:13).
Caráter todos nós temos, pois são qualidades e defeitos. A diferença é se o nosso é bom ou mau.
Uma pessoa com mau caráter tem por hábito a mentira, o engano, a rebeldia, a desobediência, a falta de respeito, a falta de amor, falta de temor a Deus, agressividade, violência, roubo, inveja... Os frutos da carne são reflexos do mau caráter (Gl. 5:16-21). É uma característica que deixa uma marca tão profunda, que mesmo após nossa conversão haverão aqueles que se referirão a nós como ainda praticantes do passado (o nome Jacó ficou marcado por sua trapaça, mesmo já ter se tornado Israel).
Já quem teve o seu caráter restaurado, fala e vive em nome de Deus. Está relacionado diretamente ao Fruto do Espírito tornando-se uma pessoa obediente, cordial, amável, íntegro, honesto, manso, bondoso, pacífico, alegre, verdadeiro, justo, dentre outras qualidades. A Bíblia fala que em Cristo nós, a igreja, somos a esperança da Glória (Cl. 1:27). Logo, o desejo de Jesus é que a Imagem e Natureza d’Ele estejam em nós. É uma impressão única, indelével para quem realmente se converteu, a fim de que as pessoas possam ver Deus em nós.
Mordomia
Ao mordomo cabe a tarefa de Administrar, cuidar, ser responsável por aquilo que lhe é entregue às mãos. Deus, como um ser zeloso e atento às necessidades dos Seus filhos, ao criar a Terra preparou tudo para nos receber, nos seus mínimos detalhes. À nós, obra prima da Sua criação, foi dado o dever de cuidar de tudo o que foi criado, inclusive da natureza e do Meio Ambiente. Toda a criação geme e chora por causa das nossas más ações (Rm. 8:22).
A nós também foi dada a responsabilidade de gerirmos o nosso tempo. Vivemos no Chronos e achamos que dominamos o Kairós desperdiçando-o com coisas fúteis e sem proveito. Um exemplo disso foi quando Jesus repreendeu os seus discípulos por gastar seu tempo à toa (Mc. 9:14.19).
Outra Mordomia a nós atribuída refere-se aos Dons e Talentos que recebemos de Deus, e isso envolve tanto as atividades eclesiásticas como as seculares. É importante observamos que para os discípulos de Cristo toda e qualquer atividade que fazemos são santas, pois não somos crentes apenas no templo. Nas atividades que costumamos chamar de “seculares” temos que ser íntegros em tudo o que fazemos, servindo aos homens como se servindo ao próprio Senhor, deixando a luz de Deus brilhar através de nós de modo que sejamos vistos como confiáveis, corretos, passíveis de termos nosso trabalho recomendado como eficiente e de preço justo. Como diz o ditado: “não há travesseiro mais macio do que uma consciência tranquila”. Isso é fruto de uma correta mordomia com os nossos afazeres.
No que tange aos serviços da igreja, temos que ser zelosos em tudo o que nos é confiado. A assiduidade às atividades, a pontualidade, o zelo pela limpeza e preservação dos móveis e imóveis, a reverência ao culto e aos líderes, o cuidado com o irmão que esteja ou não sob os seus cuidados e a aplicação ao seu trabalho. Se toca, procure se esforça para fazê-lo com a qualidade necessária; se canta, cuide da sua voz e ensaie os louvores; se prega, não o faça de qualquer jeito e nem o confunda com uma apresentação da faculdade; se é da portaria, da limpeza, da cozinha ou de qualquer outro setor, lembre-se que Deus considera maldito aquele que faz a Sua obra relaxadamente. Cuide do que é do Senhor e será recompensado por isso.
Semear e Colher
Esse é o princípio mais conhecido de todos. Qualquer pessoa, independente de religião, tem a concepção dos seus efeitos.
A assertiva é que, assim como na agricultura convencional, no mundo espiritual temos o direito de escolher a semente que plantaremos, e o mais intrigante é que colheremos na quantidade sempre maior do que plantamos. Se plantarmos 05 grãos de milho, colheremos várias espigas. Com as nossas decisões também é assim. “Toda escolha é uma renúncia”. Quando fazemos algo, estamos abrindo mão de outra.
Jesus, ao morrer, abriu as portas da legalidade para que todo aquele que estiver n’Ele não ser condenado pelo inimigo. Quando nos arrependemos e nos convertemos a Cristo, somos justificados, uma única vez, e temos a salvação garantida. No entanto, isso não nos impede de pagarmos na Terra as consequências dos nossos atos. Fomos libertos da ira vindoura, mas teremos que dar conta dos erros que cometemos enquanto vivermos.
Todos os dias teremos lutas para batalhar. A diferença é se nós lutaremos sozinhos ou com Jesus à nossa frente. Estando com Cristo, o “pagamento” que teremos que fazer nessa vida será mais branda com Ele. Quando as consequências dos nossos erros chegarem, porque chegarão, se a nossa vida estiver na presença de Deus teremos a certeza da vitória.
Se desrespeitamos, seremos desrespeitados; se desprezamos, seremos desprezados. Assim é a realidade da vida para quem serve como para quem não serve a Cristo. Qualquer princípio quebrado gerará uma consequência. Por isso, a importância de sermos guiados pelo Espírito Santo.
Autogoverno
Este princípio diz respeito ao domínio próprio. O ser humano vai além dos instintos dos animais: temos o poder de raciocinar para tomarmos decisões. Sendo assim, podemos entender que “[...] auto governo é a capacidade quem o homem tem de controlar o seu comportamento e as suas atitudes em casa, na escola, em qualquer lugar que estiver” (Formando um líder de êxito, Semente de Vida, volume 1).
O autogoverno é reflexo do fruto do Espírito Santo chamado de Domínio Próprio (Gl. 5:23). É sabido que somos conhecidos por nossa reação, e não por nossas ações, pois podemos planejar todos os passos que daremos no nosso dia, mas como nos comportaremos perante um imprevisto é o que vai demonstrar como está a nossa alma.
Temos vários exemplos na Bíblia de consequências danosas a quem não soube se auto dominar. No caso de Adão e Eva, bem como da esposa de Ló, a curiosidade fez com que o casal perdesse a comunhão com Deus e o Paraíso; enquanto que a esposa de Ló virou uma estátua de sal, simbolizando uma fidelidade paralisada (o sal simbolizava um pacto de fidelidade): ela não conseguiu ser fiel.
Muitas vezes não temos controle sobre as nossas emoções, dando respostas ríspidas ou até agressões; reagimos mal a um contratempo no trânsito; não conseguimos ficar dentro do templo durante a pregação... A ausência do autocontrole gera precipitação, e as consequências são sempre danosas. Se Judas tivesse esperado 03 dias... Ah! 03 dias! Ele não teria se matado e veria que a morte de Jesus fazia parte do Plano de Salvação! Se Eliseu tivesse controlado as suas emoções, aqueles jovens não teriam morrido por uma ursa! Se Israel não tivesse se precipitado, não teria Saul como Rei e nem desobedecido a ordem de Deus através da profecia de Jeremias! Pagamos sempre um alto preço.
Temos que nos educar a obedecermos mesmo se não concordarmos; a respeitar os nossos superiores quer sejam pais, patrões, governantes...; controlar a nossa língua para não falarmos coisas indevidas... Só conseguimos ter autogoverno se formos guiados pelo Espírito Santo.
Soberania
A Soberania é um atributo de Deus que muitas vezes não queremos admitir. Questionamos sempre quando algo não acontece da forma que julgamos correto, esquecendo-nos que o Senhor rege toda a Terra (Sl. 24:1). A nossa responsabilidade sobre a Terra (II Cr. 7:14) não anula a Soberania Divina.
Ao Senhor nada lhe é impedido. Ele pode fazer todas as coisas, quando e onde quiser. Essa Soberania dá a Ele o poder de saber todas as coisas (Onisciência); de fazer todas as coisas (Onipotência); e de estar em todos os locais que queira estar ao mesmo tempo (Onipresença).
Quando Jó questionou a Deus, as respostas que ele recebeu do Senhor quebraram todas as suas resistências (Jó 38-41). Nos consideramos injustiçados quando algo nos acontece, mas nem Jesus foi poupado do sofrimento (Is. 53:10).
Temos que entender que nada nos pertence, tudo é de Deus, inclusive a nossa vida. É a mão de Deus que sustenta o universo; É a Sua Palavra que faz as coisas se cumprirem. Nada foge ao controle do Senhor; tudo está visível aos seus olhos.
É Deus quem determina os nossos dias nesta Terra; A motivação ao pecado original de Lúcifer foi plantado no coração humano, que é o de ser Semelhante a Deus. Nós também queremos tomar decisões que só pertencem ao Senhor. Jesus salva a quem Ele quer, quando Ele quer, bastando a nós apenas recebe-lo em nossas vidas. Aquele que é salvo no último dia da sua vida tem direito ao mesmo céu de quem O serve há vida toda. Isso também é soberania.
Deus sabe de todas as coisas, e a nós só cabe reconhecer seu poderio e aceitar suas decisões.
Individualidade
A individualidade é algo marcante na criação Divina. Apesar de milhares, somos único em nossa substância. Nosso DNA, digital e características não podem ser encontrados em nenhum outro ser. É a nossa identidade.
O casamento não tira nossa individualidade. Apesar de nos tornarmos uma só pessoa não perdemos nossas características peculiares. Nos sujeitamos um ao outro, mas não perdemos a nossa essência.
A nossa Personalidade é resultado da combinação do nosso Caráter e do nosso Temperamento. Enquanto o caráter é algo que pode e deve ser mudado para melhor, o nosso temperamento apenas pode ser controlado pelo Espírito Santo, não por impossibilidade, mas por decisão Divina.
Por sermos únicos, devemos ter a nossa experiência com Deus pois Ele nos trata individualmente. O Senhor conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó. O nosso coração é totalmente conhecido por Ele e nada que façamos é novidade para Deus.
No Éden, Deus deu a Adão o direito de controlar tudo o que foi criado, exceto o próprio ser humano. Ainda que tenhamos autoridade sobre algumas pessoas, não a dominamos e nem a controlamos. Nossa identidade inata não é perdida nem em situação de escravidão. Podem matar o nosso corpo, mas a nossa essência nenhum ser humano pode possuir.
União – Pacto / Aliança
Esse princípio ocorre entre Deus e a humanidade, bem como entre os próprios seres humanos. É necessário existirem ao menos dois personagens, nem sempre com o mesmo nível de poder ou de decisão.
Deus ao criar o ser vivente pactuou com Adão sobre seus direitos e deveres. A desobediência geraria a morte. Devido à Sua grande misericórdia, após o pecado o Senhor mitigou a Sua fúria, dividindo as consequências que viriam da dela, evitando assim matar o casal. Vários novos pactos foram feitos, mas o maior de todos foi o Proto Evangelho, de que o Filho do Homem viria esmagar a cabeça da serpente (Gn. 3:15).
Outra forma de Pacto ocorre entre o homem e a mulher quando se tornam um casal. Mesmo sem perderem suas identidades, eles passam a se tornar um só. A ideia de Deus é que o Homem seja o cabeça, o líder da família, e a mulher seja submissa a ele. Essa submissão não significa inferioridade, e sim, companheira para o cumprimento dessa missão (Sub = abaixo; Missão – abaixo da missão de outrem). Percebam que desde o Éden tudo aquilo que se nomeava tornava-se seu subordinado. Adão só deu nome a Eva após o pecado; antes era chamada de Varoa por Deus e estava no mesmo nível de igualdade do homem.
Diversos outros pactos são firmados diariamente entre as pessoas, e normalmente ocorrem durante uma alimentação. Este é o momento que no mundo espiritual as alianças são seladas. Cuidado com quem você se senta para comer e qual tipo de acordo você faz. A Bíblia diz que é melhor não prometer, do que prometer e não cumprir (Ec. 5:5).
A união incentiva-nos a realizar grandes feitos, mas muitos preferem viver como adversários, concorrendo sobre quem tem a razão. “É melhor ser feliz do que ter razão”. Precisamos um do outro, apesar de sermos diferentes. É melhor serem dois do que um (Ec. 4: 9-11), e juntos com Deus tornam-se um cordão de 3 dobras que não se quebra facilmente.
Honra
A unção que você honrar, nela você vai prosperar. Ao contrário da Salvação que é gratuita para nós (Cristo já pagou a conta), a honra tem preço. Tem muita gente que nunca honrou e por isso tem essa dívida moral.
O princípio da Honra faz bem a quem recebe, bem como a quem presta a honra. Ela alegra o coração de Deus e é revertida como semente no nosso processo de santificação. “A quem honra, honra” (Hb. 13:7).
A unção que honramos é a unção a que nós servimos. Essa é a primeira Lei. Não existe honra sem serviço. Quem diz que honra mas não serve, não honra de fato. A indisposição de servir ao próximo impede muitas pessoas de serem abençoadas. Antes de Eliseu ser tremendamente usado por Deus para realizar milagres, ele antes carregou água para Elias.
A unção que honramos a ela nos submetemos. Esta é a segunda Lei. Sempre que reconhecemos e decidimos honrar alguém, um vínculo é estabelecido. Toda pessoa próspera tem um mentor em sua vida. Se existe desconfiança na caminhada entre duas pessoas, nunca haverá prosperidade nessa unção. Por isso, eu acredito numa igreja invasiva. Quem se propõe a fazer parte do Corpo de Cristo tem que se permitir ser tratado por alguém saudável e designado por Deus para sua vida. Sendo assim, devemos seguir a direção do nosso líder e confiar nele. Não podemos nos submeter a quem não confiamos. Quem não se entrega não descansa. A nossa liderança imediata representa uma liderança maior que representa o próprio Deus. Se honrarmos o nosso líder estamos honrando a Deus.
A unção que honramos a ela abençoamos. Esta é a terceira Lei. Onde está o nosso tesouro, ali estará o nosso coração. Nós nunca teremos aquilo que não abençoamos. Abençoar é falar bem, é investir recursos, tempo e vida. Quando agimos assim Deus levantará alguém também para nos honrar ou aos nossos parentes.
Nunca perdemos amor por aquilo que honramos;
Quanto mais honramos mais apaixonados e atraídos ficaremos por essa unção;
Quando honramos, abençoamos a nossa geração.
A unção que honramos, nela prosperamos. Nunca teremos aquilo que criticamos. O que honramos é o que teremos. Quem caminha em honra conosco usufruirá das mesmas bênçãos que nós.
A honra é uma semente que plantamos em nosso favor, ao contrário do ódio que é um veneno que bebemos esperando que o outro morra. A nossa alma ferida tem que ser curada para termos uma grande colheita. Somente o Espírito Santo pode limpar as sujeiras do nosso ser.
A honra é a chave do êxito. As portas sempre vão se abrir para as pessoas de honra.